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Writer's pictureInstituto Nacional de Epidemiologia e Estatística

Mortes por tuberculose aumentam pela primeira vez em mais de uma década:

A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa e transmissível, causada pelo Mycobacterium tuberculosis, que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e sistemas. A doença ainda persiste como um grave problema de saúde pública no Brasil. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 465 mil pessoas foram recentemente diagnosticadas com TB resistente aos medicamentos em 2019. Destas, mais de 60% não conseguiram obter acesso ao tratamento. Em 2021, o Brasil registrou 68.271 casos novos de TB. Em 2020, foram notificados cerca de 4,5 mil óbitos pela doença. Com a chegada da pandemia, a eliminação da TB como problema de saúde pública mundial ficou ainda mais distante, em função da redução de 25% no diagnóstico e do aumento de 26% da mortalidade pela doença no mundo [1].


Em 2020, mais pessoas morreram de tuberculose, com muito menos pessoas sendo diagnosticadas e tratadas ou recebendo tratamento preventivo em comparação com 2019. Os gastos gerais com serviços essenciais para a doença diminuíram [2].


[...]

...cerca de 1,5 milhão de pessoas morreram de tuberculose em 2020 (incluindo 214 mil entre pessoas que vivem com HIV) [2].


O aumento no número de mortes por tuberculose ocorreu principalmente nos 30 países com a maior carga da doença *. As projeções de modelagem da OMS sugerem que o número de pessoas desenvolvendo tuberculose e morrendo pela enfermidade pode ser muito maior em 2021 e 2022 [2].


* 30 países com a maior carga de TB: Angola, Bangladesh, Brasil, República Centro-Africana, China, Congo, República Popular Democrática da Coreia, República Democrática do Congo, Etiópia, Gabão, Índia, Indonésia, Quênia, Lesoto, Libéria, Mongólia, Moçambique, Mianmar, Namíbia, Nigéria, Paquistão, Papua Nova Guiné, Filipinas, Serra Leoa, África do Sul, Tailândia, Uganda, República Unida da Tanzânia, Vietnã e Zâmbia [2].

Estimativas da taxa de letalidade, incluindo pessoas HIV-negativas e HIV-positivas, 2020 [3].



Os desafios de fornecer e acessar serviços essenciais de tuberculose fizeram com que muitas pessoas com a doença não fossem diagnosticadas em 2020. O número de pessoas recentemente diagnosticadas e notificadas aos governos nacionais caiu de 7,1 milhões em 2019 para 5,8 milhões em 2020 [2].


A OMS estima que cerca de 4,1 milhões de pessoas atualmente sofrem de tuberculose, mas não foram diagnosticadas com a doença ou não notificaram oficialmente às autoridades nacionais. Este número é superior aos 2,9 milhões em 2019 [2].


[...]

Também houve redução na oferta de tratamento preventivo para tuberculose. Cerca de 2,8 milhões de pessoas acessaram em 2020, uma redução de 21% desde 2019. Além disso, o número de pessoas tratadas para tuberculose multirresistente (resistente aos medicamentos) caiu 15%, de 177 mil em 2019 para 150 mil em 2020, equivalente a apenas cerca de um em três dos necessitados [2].


[...]

Fatos sobre tuberculose:

A tuberculose, o segundo (depois da COVID-19) assassino infeccioso mais mortal, é causada por bactérias (Mycobacterium tuberculosis) que afetam com mais frequência os pulmões e podem se espalhar quando as pessoas que estão doentes as expelem para o ar - por exemplo, por meio da tosse [2].


Aproximadamente 90% das pessoas que adoecem com tuberculose a cada ano vivem em 30 países. A maioria das pessoas que desenvolvem a doença são adultos - em 2020 -: os homens representaram 56% de todos os casos, as mulheres adultas representaram 33% e as crianças, 11%. Muitos novos casos da doença são atribuídos a cinco fatores de risco: desnutrição, infecção por HIV, transtornos relacionados ao uso de álcool, tabagismo e diabetes [2].


A tuberculose é evitável e curável. Cerca de 85% das pessoas que desenvolvem a doença podem ser tratadas com sucesso com um regime de medicamentos de 6 meses; o tratamento tem o benefício adicional de reduzir a transmissão progressiva da infecção [2].




Referências:

1. Fiocruz. Escola Nacional de Saúde Pública. Boletim epidemiológico traça panorama da tuberculose drogarresistente no Brasil durante a pandemia.


2. OPAS (Organização Panamericana de Saúde - OMS). Mortes por tuberculose aumentam pela primeira vez em mais de uma década devido à pandemia de COVID-19.


3. World Health Organization (WHO). Global tuberculosis report 2021.





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